Telemóveis sujeitam a radiações perigosas
Os telemóveis sujeitam os utilizadores a radiações cujos riscos, segundo investigadores, podem catalisar o cancer e debilitar o sistema imunitário.
A exposição singular a que os utlizadores são sujeitos está relacionada com o facto do aparelho estar em contacto com a cabeça e, portanto, demasiado próximo do cérebro.
Segundo um relatório elaborado pela Comissão de Ciência e Tecnologia do parlamento britânico, diversas publicações científicas demonstraram que o tecido biológico, sujeito a altos níveis de radiações frequências, idênticas às usadas pela
indústria de telefones celulares, sofre uma destruição precoce.
As consequências da exposição encontram-se geralmente descritas nas estatísticas em que prevalecem doenças como o cancer.
Os sintomas geralmente reportados aos médicos por utilizadores de telemóveis são dores de cabeça, problemas relacionados com a visão e audição, sensações de ardor/calor, entorpecimento/zumbido, fadiga e perda temporária de memória.
Um investigador sueco que integra um painel de cientistas europeus envolvidos no estudo das repercussões da utilização dos telemóveis na saúde dos utilizadores divulgou recentemente o maior estudo já elaborado sobre a matéria e confirma a ocorrência dos sintomas descritos.
O Conselho Nacional de Protecção Radiológica do Reino Unido confirmou que os utilizadores de telemóveis absorvem uma quantidade significativa de radiações que se acumulam nos tecidos dos olhos, cerebro, lingua e músculos envolventes da cabeça.
A duração das chamadas telefónicas está relacionada com os sintomas, mas a maiora das investigações conclui que a exposição é cumulativa e que uma vez atingidos os limites de exposição parece não haver retorno.
Nesta situação, as radiações acumuladas desencadeiam os sintomas descritos, cuja intensidade vai aumentando com o tempo.
Um investigador britânico disse em Março, numa conferência sobre "stress", que as radiações (embora fracas) emitidas pelos telemóveis poderão danificar (debititando-o) o sistema imunitário.
Um estudo publicado em Dezembro de 1998 por um investigador da Universidade de Washington, em Seatle, evidencia um aumento de 50 por cento nas alterações em cadeias de DNA de cérebros de ratos expostos a radiações de telefones móveis. Uma tal situação pode favorecer o aparecimento de doenças como Alzheimer, Parkinson e Cancro.
Um inquérito em Maio junto de uma amostra de população inglesa indica que 43 por cento dos utilizadores de telemóveis estão preocupados com as possíveis consequências de utilização destes equipamentos.
Telefones móveis, computadores ou televisões emitem radiações. Os cientistas advertem que, para já, é importante conceber os equipamentos de forma a minorar o nível de radiações que emitem, mas temem que, mesmo assim, as radiações possam prejudicar a saúde.
Já têm alguns indícios nesse sentido, mas admitem não saber ainda o suficiente sobre a matéria para objectivarem os perigos que temem.
Admitem que a tecnologia que permitiu as comunicações móveis trouxe benefícios significativos aos consumidores e dinamizou a economia, mas não podem perdoar-lhe o mal que pode fazer pelo bem que representa. Pelo menos até estarem mais seguros sobre as consequências das radiações que minam as sociedades dos países desenvolvidos.
A UNIÃO
17 de Novembro de 1999